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daquilo que vibra

poesia, opinião e devaneios; ou tudo isso junto e temperado

terça-feira, outubro 04, 2005

Kátia Flávia. Não é uma louraça belzebu provocante.


Um calor insuportável. Saio do mesmo restaurante que quase sempre almoço. Dois colegas de trabalho estão comigo e desviam da traseira de um carro que estava saindo da garagem. Na minha vez de passar a louca da motorista dá uma ré com tudo e bate no meu braço. Grito todas as coisas que consigo num momento de catarse, e o meu azar não pára por aí.
Tento depositar meu salário, acabo indo a quatro bancos. As filas não andavam, até que no quarto resolvo encarar. Tinha televisão e tava passando um jogo do Brasil X Turquia, e o Brasil estava ganhando.
Chega na minha vez e o caixa diz que o dinheiro não entraria hoje. Faço uma cara de pânico total, fico muda e apavorada. O cara resolve ajudar, disse que era para eu ir na agência do cheque e procurar a "Kátia Flávia". Detalhe: eu tinha que dizer que era amiga do "Hélio Pirú", vulgo o caixa que estava me atendendo. E ele repetia:

- Sabe mentir?
- Sei...
- Então vai lá e procura a Kátia Flávia!

Bem, sem saber se ria ou se chorava fui para uma reunião na Casa de Cultura. Encontro uma das pessoas que me esperava. Cartunista, designer, ilustrador, quadrinista e tudo mais. Ele era lindo, achava-o lindo desde a primeira vez que o vi, era lindo até o momento de abrir a boca:

- Você sabia que as pessoas usam vários lugares da Casa para trepar?
- Hum...
- É, fica tudo muito vazio, sem segurança. Dizem que o banheiro do 2° andar é o preferido.
- ...

Para o meu alívio ele pega um papel, uma caneta e resolve desenhar. Diz que vai desenhar a história da galinha, que ele não parava de contar que mandou para um festival de desenho na França cujo 1° prêmio era uma vaca. Mas não qualquer vaca, e sim A vaca, como ele ressaltava.
A caneta falha.
É a minha chance.
Fujo rapidamente, são 15h40 e eu ainda poderia encontrar a Kátia Flávia. Caminho apressada, a agência do banco é longe. Um mendigo dá um pisão no meu calcanhar e tira minha sandália do pé. Exausta, com pressa, impaciente, pronta para mandá-lo ao quinto dos infernos, desisto. Ele estava muito bêbado e balbuciava uma tentativa de desculpas.
Chego na porta do banco que já estava fechando. Há umas 50 pessoas lá dentro tão putas da cara como eu. Imagino eu entrando lá e procurando ela, a Kátia. Só por passar na frente da fila e ir falar com ela no caixa, seria linchada. Um filme da minha dolorida tarde passa rápido na minha frente enquanto olho a porta do banco. Vou embora sem salário e com uma cólica absurda que me acompanhou o tempo inteiro, em todas as minhas tentativas sem sucesso de ter um dia normal. Lembro do nome da banda de um conhecido: "Podia ser pior". Sim, podia. Não devia ter saído de casa hoje. Pelo menos é sexta-feira e eu vou dormir muito no final de semana. Claro, se a Igreja Filha da Puta Universal do Reino de Deus, que tem no meu bairro, não me acordar com o descarrego matinal.


30/09/2005