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daquilo que vibra

poesia, opinião e devaneios; ou tudo isso junto e temperado

quarta-feira, agosto 24, 2005

Quero escrever o borrão vermelho de sangue

Quero escrever o borrão vermelho de sangue com as gotas e coágulos pingando de dentro para dentro.
Quero escrever amarelo-ouro com raios de translucidez.
Que não me entendam pouco-se-me-dá.
Nada tenho a perder.
Jogo tudo na violência que sempre me povoou,
o grito áspero e agudo e prolongado,
o grito que eu,
por falso respeito humano,
não dei.
Mas aqui vai o meu berro me rasgando as profundas entranhas de onde brota o estertor ambicionado.
Quero abarcar o mundo com o terremoto causado pelo grito.
O clímax de minha vida será a morte.
Quero escrever noções sem o uso abusivo da palavra.
Só me resta ficar nua: nada tenho mais a perder.

Clarice Lispector

E assim, na voz de Clarice, cumprimento aos que aqui chegarem,
para ler os meus escritos, e os dos quais admiro.